Nietzsche, além-homem e transumanismo

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Com o avanço da Engenharia Genética e com a utilização de células-tronco, cada vez mais podemos aprimorar nossa constituição física, intelectual e emocional, proporcionando a nós e a próxima geração a possibilidade de prolongarmos a nossa existência. A seguir, vou compartilhar alguns ensinamentos presentes no texto Além-do-homem: jovens para sempre, de Pablo de Araújo Batista.

Mas será que estamos prontos para alçar esse voo? Como é impossível tocar nesse assunto sem evocar os demônios do nazismo, além de reviver as ideias de Eugenia de Francis Galton, convém limpar o caminho que nos leva a um futuro promissor dos entulhos depositados pelo pensamento dogmático, ou seja, precisamos pensar essa possibilidade a partir da ética.

O profeta Zaratustra, criação de Nietzsche, prenunciou o surgimento do além-homem (Übermensch): é um novo tipo de homem que superou uma velha e desgastada forma de homem; tal superação ocorre pelo refinamento cultural e pelo crescimento pessoal que poucos indivíduos excepcionais alcançam; voltando as costas para as ilusões do “céu”, seus valores são a saúde, a vontade forte, o amor, a embriaguez dionisíaca e um novo orgulho que ama a vida e cria o sentido da “terra”.

Nietzsche não estava pensando em uma transformação tecnológica. O seu “além-homem” é diferente da concepção abordada pelo pensamento transhumanista. O transhumanista está preocupado com as alterações em nosso conceito de humano a partir da utilização crescente de tecnologias de aprimoramento.

Existem alguns causadores de sofrimento que são considerados “naturais” ou “frutos da vontade de Deus”, tais como o envelhecimento, graves doenças como o mal de Alzheimer e limitadores de existência como a morte. Mas, na medida em que progredimos em direção a uma sociedade do conhecimento e da tecnologia, muitos desses problemas serão gradualmente amenizados e, por fim, eliminados.

Uma das perspectivas atraentes no desenvolvimento seguro da Engenharia Genética é a possibilidade de prolongarmos nossa juventude e nosso tempo de existência. Graças a alguns fatores como, por exemplo, boa alimentação, novas normas de higiene, saneamento básico, vacinas e grandes avanços na área médica e tecnológica, o atual momento histórico é comprovadamente o período em que mais tempo podemos viver.

Por volta de 1760, a expectativa de vida na América do Norte e na Europa Setentrional era de meros 37 anos. Hoje, nos melhores lugares do mundo para se viver, as pessoas têm expectativa de vida de mais de 80 anos. Em alguns lugares privilegiados, como a Sardenha ou em Okinawa, chegam aos 100 anos de idade.

Evidentemente, se pudermos estender nossa existência por mais tempo com a manutenção da qualidade de vida, poderemos desenvolver e concluir projetos que muitas vezes os poucos 70 ou 80 anos não nos permitem. Nick Bostrom disse que viver mais somente valerá a pena se, além do corpo, as propriedades cognitivas também forem sustentadas e as pessoas continuarem a trabalhar em seus projetos.

Referência Bibliográfica:

Além-do-homem: jovens para sempre, de Pablo de Araújo Batista

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