Linguagem e processos culturais: a linguagem como condição de cultura

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O objetivo deste texto é realizar um estudo da relação entre linguagem e cultura por meio da Linguística e da Antropologia. Buscar-se-á responder as seguintes questões: (a) Qual é a importância da linguagem para a transmissão das informações culturais de geração para geração? (b) Qual é a força semiológica dos domínios da raça, da língua e da cultura? É possível, a partir do pensamento de Franz Boas, realizar uma abordagem cultural por meio da abordagem linguística? (c) A interface linguagem, cultura e cognição pode ser explicitada a partir do estudo dos modelos culturais? (d) As concepções de linguagem e cultura formuladas por Lévi-Strauss devem-se à aplicação do método estrutural transportado da fonologia?

As hipóteses das questões acima são as seguintes: (a) É por meio da linguagem que as informações culturais são transmitidas de geração para geração; (b) Cultura e língua se ligam de modo indissociável, mas não sem problemas. Boas separou os domínios da raça, da língua e da cultura, atribuindo força semiológica própria a cada um. Esta separação implicou em achado epistemológico: a abordagem cultural por meio da abordagem linguística. O fenômeno cultural passou a ser visto como a imposição de significados convencionais ao fluxo da experiência e a língua é justamente a imposição de significado aos sons; (c) Os modelos culturais são estudados na interface linguagem, cultura e cognição. A partir deles é constituída a ontologia de diferentes modelos teóricos na Antropologia, nas Ciências Cognitivas e na Linguística; (d) A contribuição da Linguística para a Antropologia, segundo Lévi-Strauss, está sustentada na hipótese da analogia entre as estruturas da linguagem e da cultura, considerando-se a estrutura dos sistemas fonológicos como modelo lógico em que é possível definir a estrutura dos fenômenos da cultura.

Por meio do estudo da linguagem, uma filosofia das formas simbólicas é alcançada. Os processos mentais antropológicos voltados para a linguagem revelam as sintaxes das diversas culturas. As informações culturais, transmitidas de geração para geração, são passadas por mecanismos linguísticos. Portanto, pode-se afirmar que é por meio da linguagem que os seres humanos traduzem o mundo a sua volta. Segundo Cassier, “toda linguagem é metafórica” (1972, p. 172) e nela reside a força do mito. Derrida (1971), Cassirer (1972b) e Eliade (1972) concordam com isso. Portanto, é a Antropologia e não a Metafísica que está no centro de uma teoria da linguagem. Por exemplo, ao analisar a cultura ocidental, verifica-se que a linguagem é central nos processos descritivos que revelam as formas e os conteúdos significativos.

Para Foucault (1966) e Deleuze (1976), por exemplo, a escrita precede a fala. Portanto, não é apenas na linguística que há razões de nossa estrutura simbólica. Keesing diz que “a linguagem é uma forma do comportamento aprendido e, assim, é reconhecida pelos antropólogos como um aspecto da cultura”. (1961, p. 551). Fica provada, portanto, que a Antropologia tem uma função central no estudo da Linguística. Lévi-Straus ressalta que “no nível da observação, a regra principal poder-se-ia mesmo dizer a única – é que todos os fatos devem ser exatamente observados e descritos, sem permitir que os preconceitos teóricos alterem sua natureza e sua importância”. (1975, p. 317). Hymes também salienta que “enquanto é tarefa da Linguística coordenar o conhecimento da linguagem do ponto de vista da linguagem, é tarefa da Antropologia coordenar o conhecimento da linguagem do ponto de vista do Homem”. (1966, p. 185). E Geertz diz que a Antropologia tem como finalidade o alargamento do universo do discurso humano. (1973, p. 14).

Portanto, a relação entre linguagem (Linguística) e cultura (Antropologia) é fundamental para o desenvolvimento de uma teoria da Linguagem e dos Processos Culturais. Franz Boas ressalta que a língua é justamente a imposição de significado aos sons. Esta distinção entre os campos da linguística, da antropologia cultural e da antropologia física envolvem questões subjacentes que podem ser comuns, mesmo assim não devem ser confundidas por mútua interferência. De acordo com a perspectiva escolhida pelo pesquisador, qualquer classificação da humanidade baseada na língua e na cultura levam efetivamente a resultados distintos. As ciências humanas, no séc. XIX, confundiam raça e cultura, submetendo a noção de cultura à de raça. Boas fundou um estudo que, a partir do conceito de cultura, realiza-se uma abordagem cultural biológica e linguística. Cultura e língua devem ser pensadas e analisadas em correlação.

Lévi-Strauss, devido sua contribuição para o estudo da Antropologia Estrutural, será, além de Boas, importante para o desenvolvimento da problemática proposta neste texto. Lévi-Strauss entende a linguagem como condição de cultura. A linguagem é compreendida como formalmente análoga à cultura. As arquiteturas são, segundo o antropólogo, similares. Ele supõe encontrar na estrutura dos sistemas fonológicos o modelo lógico por meio do qual é possível encontrar a estrutura dos fenômenos da cultura. Com isso, o seu estruturalismo estabelece uma relação entre linguagem e cultura.

Faz-se necessário entender inicialmente o pensamento de Franz Boas acerca da relação entre cultura e linguagem; após, o que alguns teóricos entendem por modelos culturais, tais como Bennardo e Munck (2014), Kronenfeld (2008), D’Andrade (1987), Quinn e Holland (1987), Strauss (2014), Kövecses (1995), Geeraerts (2004) e Palmer (2007); e, por fim, analisar o pensamento estruturalista de Lévi-Strauss. Com isso, almeja-se dissertar sobre alguns elementos centrais do debate da relação entre Linguagem e Processos Culturais, tendo como objetivo explicitar que a linguagem deve ser entendida como condição de cultura.

A palavra cultura, desde a Idade Média, pertence ao domínio da agricultura e tem como significado “cultivo”. A partir do séc. XVI, a palavra começou a ser usada no sentido metafórico do cultivo das faculdades humanas via a educação e a arte. No séc. XVIII, com Herder, cultura passou a significar as realizações espirituais, religiosas e artísticas de um povo e o espírito de uma nação. E é justamente com Herder que há o germe do conceito que a antropologia desenvolveu no séc. XX, com Franz Boas. As ideias evolucionistas, de Frazer e Morgan, por exemplo, foram suplantadas, no séc. XX pelas ideias culturalistas, estruturalistas, funcionalistas e foram atualizadas pelas concepções neoevolucionistas. Há três significados da ideia de Cultura na segunda metade do séc. XIX, a saber, Kultur, Zivilization e Bildung.

Kultur significa solidariedade e reciprocidade típicas de trocas familiares e de parentesco. Além disso, abrange também a compreensão histórica de sociedades como a indígena em geral, a urbana na Antiguidade, a pólis grega ou romana, o Antigo Egito ou Mesopotâmia etc. Kultur se aproxima do conceito Gemeinschaft, que significa comunidade, formulado por Ferdinand Tönnies em 1895, na obra Gemeinschaft und Gesellschaft. Zivilization destaca a racionalidade e a previsão, comum nas grandes culturas urbanas, com vocação a uma natureza individualista, cosmopolita e expansionista. Esse conceito se relaciona com Gesellschaft, de Tönnies, significando sociedade, oposto a comunidade. Por fim, Bildung trata da existência das formas particulares da vida psíquica e espiritual, envolvendo o caráter intelectual e sentimental de um povo. Franz Boas toma o conceito Bildung como crucial no seu pensamento. Boas desenvolve grandes avanças nas áreas da antropologia cultural, da antropologia física e da linguística.

Antes da publicação do Curso de Linguística Geral, de Saussure, em 1916, Boas trilhou um campo novo na linguística contemporânea. No artigo On Alternating Sounds, ele destacou que assim como os psicólogos encontraram uma “cegueira de cor”, os linguistas podem cunhar “cegueira de som” (surdez). A linguagem do falante não pode ser considerada a que o ouvinte ouve, pois há uma descontinuidade na troca linguística. A língua não é especialidade apenas do linguista, mas também da antropologia. Portanto, ela tem um peso singular na antropologia boasiana. A pesquisa das relações entre fenômenos linguísticos e culturais sob diferentes perspectivas teóricas e metodológicas justifica-se, pois a interface entre linguística e antropologia é relevante para mapear diferentes concepções de modelos culturais e métodos que permitem ao investigador reconstruí-los a partir de manifestações linguísticas.

A boa etnografia depende do conhecimento do povo estudado na pesquisa de campo. Segundo Boas, cultura e língua se ligam de modo indissociável, mas não sem problemas. Ele separou os domínios da raça, da língua e da cultura, atribuindo força semiológica própria a cada um. Esta separação implicou em achado epistemológico: a abordagem cultural por meio da abordagem linguística. Em On Alternating Sounds, Boas enunciou a moderna visão antropológica da cultura. O fenômeno cultural passou a ser visto como a imposição de significados convencionais ao fluxo da experiência.

Os modelos culturais são estudados na interface linguagem, cultura e cognição. A partir deles é constituída a ontologia de diferentes modelos teóricos na Antropologia, Ciências Cognitivas e na Linguística. Alguns teóricos que explicitam o que são modelos culturais e qual é a sua importância são os seguintes: Bennardo e Munck (2014), Kronenfeld (2008), D’Andrade (1987), Quinn e Holland (1987), Strauss (2014), Kövecses (1995), Geeraerts (2004) e Palmer (2007). A compreensão do significado dos modelos culturais acaba sendo central para o presente texto.

O que são modelos culturais? Eis a visão de alguns teóricos acerca dessa pergunta. Bennardo e Munck, na obra Cultural models: genesis, methods, and experiences (2014) apresentam um manual sobre os fundamentos, teorias, métodos e aplicações acerca de modelos culturais. Para eles, os modelos são as representações compartilhadas pelos membros de uma cultura produzindo uma forma de comportamentos intencionais e comunicativos. Portanto, modelos culturais são uma organização de conteúdo cultural depositada no cérebro e não operações cognitivas. Utiliza-se os modelos culturais para verificar emoções, intenções e atitudes. Os autores definem os modelos da seguinte forma: organizações molares de conhecimento, cuja estrutura interna é composta de um núcleo (core) e nós periféricos que são preenchidos por valores padrão (default) (BENNARDO, MUNCK, 2014). Os modelos são relevantes na geração de comportamentos e na análise de uma cultura.

Para Kronenfeld, modelos culturais são modelos cognitivos que ditam regras sobre o comportamento. Em suas palavras, são “unidades básicas de conhecimento cultural no que se refere à ação”. (2008, p. 176). Assim, modelos culturais são esquemas amplamente compartilhados. Segundo D’Andrade, modelo cultural (modelo folk) é “um esquema cognitivo que é intersubjetivamente compartilhado por um grupo social”. (1995, p. 112). O esquema tem por característica ser uma organização abstrata da experiência. “Um esquema é intersubjetivamente compartilhado quando todos num grupo conhecem o esquema, e todos sabem que alguém mais sabe o esquema, e todos sabem que alguém sabe que alguém sabe que alguém sabe o esquema.” (D’ANDRADE, 1995, p. 113).

Quinn e Holland, na mesma linha de pensamento, dizem que modelos culturais “são pressupostos, modelos de mundo aceitos que são amplamente compartilhados pelos membros de uma sociedade e que desempenham um papel enorme em seu entendimento do mundo e seus comportamentos nele (1987, p. 04). Para os autores, os linguistas abordam os modelos como chave para o uso linguístico; já os antropólogos, tratam os modelos “como pistas para modelos culturais subjacentes, trabalhando em direção a uma teoria mais satisfatória da cultura e seu papel em tais tarefas não linguísticas […], avaliando o comportamento de outros”. (1987, p. 24).

Strauss (2014) diz que modelos culturais devem ser entendidos a partir de esquemas culturais, que derivam da experiência compartilhada. Eles permitem explicar a forma como emoções e percepções são interpretadas e atuam na produção e interpretação de comportamento verbal e não verbal. Kövecses (1995) adota os modelos culturais como um conjunto de entendimentos compartilhados sobre o mundo. Diz ele:

“[…] na visão de cultura com a qual tenho trabalhado […] há uma noção […] que desempenha um papel crucial: aquela de modelos culturais. Modelos culturais são importantes em nossas tentativas de descrever e caracterizar o sistema conceptual humano e, consequentemente, a cultura. […] Modelos culturais são melhor concebidos como quaisquer organizações coerentes da experiência humana compartilhadas por pessoas”. (1995, p. 193).

Geeraerts (2004) ressalta que modelos culturais podem ser entidades idealizadas, mas também ideológicas. São ideologias quando seu caráter idealizado é esquecido ou quando são utilizados de forma prescritiva ou normativa. No primeiro caso, uma ideologia é sempre, em certa medida, um acobertamento, um simulacro, uma deturpação deliberada da situação real, e uma descrição de tais ideologias devem ser necessariamente crítica. No segundo caso, uma ideologia é basicamente um guia para a ação social, um sistema compartilhado de ideias para a interpretação da realidade social a despeito da avaliação dos pesquisadores sobre essa perspectiva. Por fim, Palmer diz que “modelos cognitivos que são culturalmente específicos podem ser denominados modelos culturais”. (2007, p. 1046). Percebe-se que cada autor tem a sua visão do que são modelos culturais. Mesmo assim, podemos resumi-los a partir dos seguintes pontos:

“(a) a ideia de ser uma entidade idealizada com alto grau de simplificação; (b) a noção de esquemas cognitivos complexos, relativos a todos os domínios da experiência humana (perceptual, conceptual e sociocultural), que estruturam sistemas de conhecimento; (c) a condição de ser intersubjetivamente compartilhado em uma cultura, grupo social ou comunidade; (d) a relação com valores, motivação, objetivos, expectativas, sentimentos e emoções; (e) a função de organizar domínios de conhecimento de modo a servir de modelo para a eliciação e interpretação das ações humanas; (f) o entendimento de que pode ter natureza ideológica; e (g) a condição de não ser diretamente acessível, devendo ser “abstraído” ou “reconstruído” a partir da linguagem e/ou comportamento humano.” (FELTES, 2018, p. 198).   

Por fim, como terceiro e último ponto, destaca-se o pensamento estruturalista de Lévi-Strauss. O problema da relação linguagem e cultura perpassa a história da antropologia. Tylor (1871) entendia a linguagem como parte da cultura. Boas, como já foi visto, supunha ser ela um de seus produtos. Já Whorf (1936) afirmava ser a cultura um produto da linguagem. E Linton (1936) dizia que a linguagem é apreendida como condição da cultura. Lévi-Strauss trata dessa problemática desde seus primeiros trabalhos. Para ele, “a linguagem e a cultura são duas modalidades de uma atividade mais fundamental: o espírito humano”. (1975, p. 89). Linguagem e cultura resultavam “do jogo de leis gerais” e correspondem a realidades de ordens distintas, mas do mesmo tipo e, portanto, interpretáveis a partir de um método comum. (LÉVI-STRAUSS, 1975, p. 49).

Lévi-Strauss, ao retomar a proposta de Saussure, buscava “uma ciência ao mesmo tempo muito antiga e muito nova”, uma Antropologia “em sentido mais lato”, uma ciência do Humano (1975, p. 99), ou, conforme Saussure, uma Semiologia que integrasse as conquistas da Linguística, da Antropologia e da Psicologia. Saussure dizia que a identidade de cada elemento linguístico acaba se definindo negativamente com relação àquilo que este elemento não é. Desta forma, cada elemento passa a ter a significação definida por suas relações com os demais, contendo, virtualmente a totalidade do sistema a que pertence.

É no estudo de parentesco que Lévi-Strauss vai encontrar a sua arena de reflexão sobre a relação linguagem e cultura. Há, no estudo de parentesco, duas ordens: a) um sistema terminológico (vocabulário); b) um sistema de atitudes (fenômeno cultural). Lévi-Strauss foca seus estudos na segunda ordem, a saber, na face não linguística do parentesco. Mas isso não significa que ele não trata também da primeira ordem, porém ele privilegia as estruturas de aliança e não as estruturas semânticas a elas correspondentes. Segundo o autor, um tributo aos resultados importantes obtidos e aos projetos fascinantes desenvolvidos por estudiosos que buscam a formulação de regras onde a coerência interna da nomenclatura do parentesco possa ser rigorosamente demonstrada.

Lévi-Strauss somou os princípios da linguística de Saussure à teoria da reciprocidade de Mauss a partir de seu Ensaio sobre a dádiva, de 1923. E concluiu que os sistemas matrimoniais poderiam ser considerados como sistemas de comunicação análogas às trocas de presente. Lévi-Strauss inovou, pois demonstrou que as unidades dos sistemas de parentesco não são as famílias isoladas, mas as relações entre essas e isso é similar à compreensão de Saussure acerca dos sistemas linguísticos. Lévi-Strauss comparou pessoas a elementos de uma linguagem.

Em sua obra Antropologia estrutural, Lévi-Strauss apresenta sua visão da estrutura social. Diz ele que a estrutura não se confunde com as relações sociais. A estrutura direciona-se ao plano de modelos, ou seja, às representações mentais, não limitando-se aos dados observados (empirismo estreito). Ela vai além das relações observadas e busca uma explicação – por meio de generalizações – das relações não observadas. Estrutura social é, assim, uma construção intelectual que elabora modelos a partir de relações sociais. Com isso, Lévi-Strauss realiza uma guinada epistemológica na Antropologia.

Concluindo, analisou-se, neste texto, as relações entre fenômenos linguísticos e culturais sob diferentes perspectivas teóricas e metodológicas a partir dos seguintes pontos: (a) Verificou-se a importância da linguagem para a transmissão das informações culturais de geração para geração; (b) Investigou-se o pensamento de Franz Boas, principalmente a relação entre  raça, língua e cultura; (c) Analisou-se os modelos culturais e a relação entre linguagem (Linguística), cognição (Ciências Cognitivas) e cultura (Antropologia); (d) Estudou-se o sentido de tomar a linguagem corno condição de cultura por meio do pensamento estruturalista de Lévi-Strauss.

 Como que cada ciência corresponde a um ponto de vista diante do mundo, os objetos de cada ciência decorrem desta perspectiva. Há, portanto, inúmeras estruturas. A sociedade passa a ser entendida como estruturável e uma mesma população, por exemplo, pode ser estudada pelo viés da história, da sociologia, da geografia, da economia e da antropologia. Em suma, a relação linguagem e processos culturais e o entendimento da linguagem como condição de cultura perpassa os seguintes pontos: a) a Antropologia Cultural de Franz Boas; b) o estudo dos modelos culturais e sua importância para a Antropologia, as Ciências Cognitivas e a Linguística; c) e, por fim, a Antropologia Estruturalista de Lévi-Strauss.

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Luta por reconhecimento em Honneth

A figura mais proeminente dentre os teóricos da terceira geração de Frankfurt é Axel Honneth. Os seus estudos concentram-se nas áreas de filosofia social, política

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