O filósofo fornece razões para as opiniões

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Se você se sentar em silêncio no fundo da classe em uma aula de Filosofia, vai ouvir pessoas expressando pontos de vista sobre tópicos bem abstratos. Entretanto, elas não estão apenas expondo opiniões. Seus ouvintes não apenas exigem razões para essas opiniões, como as próprias pessoas falando se concentram mais em suas razões do que em suas opiniões, e podem até oferecer objeções aos seus próprios pontos de vista. O estudo das razões para as opiniões está no cerne da Filosofia.

Obviamente, uma discussão racional sobre Direito ou jardinagem também está interessada nas razões para cada opinião, mas a Filosofia tem também uma temática muito distinta. Os filósofos tentam compreender o mundo. Todavia, muitas outras disciplinas – como Física, Química, Estatística, Biologia, Literatura, Geografia e História – buscam a mesma coisa.

Os filósofos fazem perguntas mais gerais: O que é um objeto? Uma lei? Um número? Uma vida? Uma pessoa? Uma sociedade? Uma história? Um evento? Cada um desses conceitos é tomado como algo certo por falantes comuns, até nos perguntarmos exatamente o que cada um deles significa – e é aí que os enigmas, ambiguidades e imprecisões começam. Outras disciplinas devem presumir que já conhecem o significado dessa terminologia comum, enquanto a Filosofia tenta não tomar nada como certo.

Filósofos se concentram nos conceitos essenciais que formam a base para o nosso pensamento. As ideias estão em nossas mentes, mas se referem ao mundo exterior, e o objetivo é pensar mais claramente de modo a compreender o mundo mais claramente. A Filosofia busca a clareza, mas sua característica fundamental é sua natureza altamente generalizada. Especialistas investigam o mundo físico, ou o passado, ou como melhorar nossas vidas na prática, enquanto a Filosofia busca entender a estrutura da nossa compreensão. Todos nós queremos fazer a coisa certa e ser uma boa pessoa, mas o que torna algo “certo” ou “bom”? Queremos viver em uma sociedade justa, mas o que é “justiça”?

Podemos, portanto, definir a Filosofia como a tentativa de compreender a realidade e a vida humana em termos bem gerais, estudando ideias essenciais ao nosso pensamento para formar uma imagem guiada por boas razões. A maioria das obras filosóficas famosas se encaixa nessa descrição, exceto por alguns desajustados. Os filósofos tendem a questionar tudo, até a natureza de sua própria área de estudo.

Na Grécia Antiga, a Filosofia era estudada principalmente por meio de conversacões nas escolas famosas, com livros sendo um resultado ocasional. Na Europa medieval, o foco principal residia em explicar os famosos textos antigos que haviam sobrevivido, especialmente os de Aristóteles. Com a chegada da imprensa, tornou-se possível dar uma ampla circulação a novos livros, e a Filosofia centrou-se no debate escrito entre os principais eruditos, que com frequência viviam isolados uns dos outros. O surgimento de várias universidades novas no século XIX mudou imensamente a prática da Filosofia e, hoje em dia, os principais filósofos, em sua maior parte, passam suas carreiras dentro dos departamentos das universidades. O seminário universitário moderno lembra as conversações das escolas antigas, mas também existem inúmeros trabalhos publicados em revistas especializadas, com respostas críticas de colegas, e conferências internacionais regulares que se concentram nos tópicos especializados dentro da Filosofia.

Referência Bibliográfica

Filosofia para quem não é filósofo, de Peter Gibson

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Karl Jaspers